quarta-feira, 4 de março de 2020

Como consegui meu diagnóstico e laudo de autismo - e uma dica para aumentar as chances de você também conseguir

Descrição da imagem #PraCegoVer: Uma figura clipart de uma lista com tópicos pregada numa prancha. Fim da descrição.
Uma lista de características autísticas: o segredo para eu ter conseguido meu diagnóstico. Saiba mais sobre essa lista mais a seguir no artigo.

Editado em 18/11/2022. Hoje o Dr. Carlos José não está mais na clínica Centromed, onde ele me atendeu em 2019, e infelizmente me foi informado que lá não há mais nenhum psiquiatra que atenda autistas adultos de nível 1 de suporte.

Em 4 de dezembro de 2019, eu consegui uma memorável vitória.

Depois de dois anos e nove meses de luta, obtive o diagnóstico oficial e o laudo de autismo de nível 1 de suporte, numa clínica conveniada ao meu plano de saúde.

Esse êxito se deu tanto à minha sorte de ter encontrado, na surpresa, um psiquiatra que atendia e laudava adultos autistas desse nível de apoio (antigamente conhecidos como autistas “leves” ou aspies) quanto por uma estratégia bem-sucedida que apliquei.

Quero contar, neste artigo, como foi a minha trajetória para obter essa sonhada constatação oficial do meu autismo e qual foi o método que eu usei como “atalho” para consegui-la, sem ter precisado passar por avaliações mais demoradas que me custariam caro.

Espero incentivar você a continuar lutando pelo seu diagnóstico, caso ainda não o tenha, e pensar como facilitar essa busca.

A luta para encontrar alguém capaz de me diagnosticar e me laudar

Minha trajetória até achar um psiquiatra habilitado para me laudar durou entre março de 2017, quando minha namorada, ao estudar a antiga Síndrome de Asperger, me identificou com a condição, e dezembro de 2019.

Ao longo do primeiro ano dessa busca, contatei o meu plano de saúde para saber se havia algum psicólogo, psiquiatra, neuropsicólogo ou neuropsiquiatra que atendesse e diagnosticasse autistas adultos. Os atendentes tentavam me indicar alguém, mas nenhum realmente entendia de autismo de nível 1 em adultos.

Um dos indicados, um neurologista que não entendia de autismo - tanto que chamava autismo de doença - chegou a fazer exames para ver se eu tinha, segundo ele, alguma “alteração” cerebral que estivesse causando a manifestação das minhas características autísticas.

Evidentemente o exame, que inclusive me expôs a um intenso e potencialmente perigoso piscar de luzes brancas - que poderia ter me causado um meltdown se eu tivesse muita sensibilidade à luz -, nada encontrou, até porque atualmente não existem exames neurológicos que detectem autismo.

Em 2017, falei ao psiquiatra que me fornecia receitas do Orap, que eu tomava para controlar os tiques (tenho Síndrome de Tourette e tomo medicamento para controlá-la desde 2005), que eu suspeitava ter características autísticas. 

Só que ele, desinformado e preconceituoso, disse que eu “não sou autista” porque “autistas não são capazes de falar e se comunicar”. Essa crença errada, mais o fato de ele ter receitado um antidepressivo contraindicado para usuários de Orap, me fez deixá-lo e procurar outro psiquiatra na mesma clínica.

No mês seguinte, comecei a ter consultas com esse outro psiquiatra que, segundo deixou a entender na primeira consulta, poderia sim verificar se eu era autista.

Só que, em maio de 2018, ele me falou, inaceitavelmente, que minhas características me permitiam ter uma “vida normal”, minha dificuldade de encontrar um emprego era “a mesma” de milhões de neurotípicos na época e, portanto, eu “não precisava” de um diagnóstico.

Perguntei se ele só sabia verificar autismo de níveis maiores de necessidade de apoio - popularmente conhecido como autismo clássico -, e ele disse que sim e que não trabalhava com nível 1 de suporte - informação omitida nas consultas anteriores. 

Saí arrasado da clínica, para nunca mais voltar lá.

Continuei a procura no plano e no SUS. O psicólogo que me atendeu entre junho e setembro atendia autistas adultos, mas não era habilitado para constatar minha condição e me encaminhar a um psiquiatra que fechasse o diagnóstico.

E o psiquiatra com quem me consultei depois de ter deixado o anterior falou que eu teria que procurar um neuropsiquiatra ou neuropsicólogo para obter o parecer que serviria para esse psiquiatra assinar meu laudo.

Na busca, descobri uma neuropsicóloga particular, não conveniada a nenhum plano de saúde, que, em seis sessões, poderia me avaliar e escrever esse parecer. Só que ela cobrava 200 reais por sessão na época, totalizando R$1.200, dinheiro que nem eu nem minha família tínhamos. Por isso não pude recorrer a ela.

Busquei também nos CAPS do Recife e no Hospital da Clínicas da UFPE alguém que pudesse me laudar. Não encontrei ninguém.

Frustrado, mas esperançoso de que um dia poderia pagar a neuropsicóloga e ter as sessões com ela, toquei minha vida para frente. Por falta de condições financeiras, deixei o plano de saúde em outubro de 2018 e passei quase um ano sem nenhum atendimento médico e psicológico.

Até que, em setembro de 2019, meu irmão começou a pagar um plano, da mesma operadora, para ele e me colocou como dependente. Reiniciei a procura por um especialista que atendesse e laudasse autistas adultos.

Uma atendente chegou a marcar uma psicóloga que, aparentemente, entendia da condição, mas por causa da carência nos três primeiros meses, que impedia o meu acesso a psicoterapia, não consegui ser consultado por ela.

Mas em outubro, numa agradável surpresa, as coisas mudaram.

Outubro a dezembro de 2019: a vitória de conseguir meu diagnóstico e laudo de autismo

Descrição da imagem #PraCegoVer: Uma imagem, obtida do Google Street View, da fachada da clínica Centromed & Terapias, no Recife. A clínica possui a arquitetura de uma casa geminada antiga típica do começo do século 20, com duas janelas, uma na esquerda e uma no centro, e uma porta de entrada no canto direito. No rodapé da imagem, está o logotipo do Google. Fim da descrição.
Centromed & Terapias, a clínica que me assegurou a vitória na luta pelo diagnóstico e laudo. Obs. de dezembro/2022: Como dito antes do começo do texto, não há mais psiquiatras atendendo autistas adultos lá.

Aqui está a melhor parte do meu relato. E é nela que você saberá a seguir como pode, caso tenha boas habilidades de escrita e boa memória de longo prazo, facilitar a obtenção do seu laudo de autismo.

Em outubro, logo quando acabou o prazo de carência para psiquiatria no plano de saúde, eu procurei um psiquiatra conveniado, só que não estava conseguindo encontrar um que tivesse vaga para novos pacientes e atendesse a curto prazo.

Eu queria ser consultado em pouco tempo porque precisava de receitas para a risperidona (medicamento que substituiu o Orap no controle dos tiques) e a paroxetina (antidepressivo), cujas minhas caixas estavam no fim.

Então eu pedi para o SAC do plano marcar para mim um psiquiatra que fosse encontrado com essa disponibilidade. Três dias depois, responderam marcando uma consulta com o dr. Carlos José Vasconcelos, que atendia na Centromed, uma pequena e modesta clínica no bairro recifense das Graças.

No dia da consulta, a clínica estava atipicamente lotada, e havia muitos na minha frente. Na ansiedade e expectativa de simplesmente conseguir as receitas dos remédios, pedi que a recepção tentasse me encaixar logo. 

Eu estava me sentindo desconfortável na sala de espera, que não tinha ar condicionado e estava cheia, e só aguentei a espera porque estava assistindo a vídeos no meu tablet.

Eu havia chegado pouco depois das 14h, e acabei tendo minha consulta depois das 18h. Porém, posso dizer com propriedade, a espera valeu a pena.

Pouco antes de eu ser atendido, vi que um casal estava na fila com seu filho autista de nível 2, e já pensei: “Hummm, então o psiquiatra atende autistas também, que massa.”

Depois que esse menino foi atendido, chegou a minha tão aguardada vez. Me sentei diante da mesa dele, e uma das primeiras coisas que eu fiz foi perguntar ao dr. Carlos José se ele também atendia adultos autistas.

Ele disse que sim. Também respondeu afirmativamente quando eu perguntei, logo em seguida, se ele atendia adultos autistas de nível 1.

E, o melhor, quando perguntei se ele poderia dar diagnóstico e laudo desse nível de autismo para adultos que ainda não haviam sido diagnosticados, ele também falou que podia!

Já fiquei bem contente e esperançoso. Não só obtive as receitas dos meus medicamentos psiquiátricos, como também fiquei na expectativa de, na consulta seguinte, dali a três semanas, começar o processo do diagnóstico.

Na segunda consulta, falei um pouco das minhas características autísticas principais, como a dificuldade de me socializar e fazer amigos, a hipersensibilidade sensorial e a baixa capacidade de perceber regras sociais implícitas.

E falei para ele que tinha uma enorme lista de características autísticas minhas escritas por mim mesmo. Ao ouvir essa informação, ele me falou que trouxesse na próxima (terceira) consulta, em novembro.

Esse relatório, escrito por mim mesmo e expandido ao longo de mais de dois anos, listava características de comportamento e desenvolvimento que eram indícios de eu ser autista.

Eu fiz essa lista, tendo começado no primeiro semestre de 2017, contendo seis partes:

  1. Os critérios diagnósticos do “Transtorno” do Espectro Autista que constam no DSM-5 e algumas das minhas características autísticas que correspondem a cada critério;
  2. Minhas dificuldades e problemas enfrentados hoje em dia por causa das limitações trazidas pelo autismo, como o déficit de sociabilidade, a hipersensibilidade sensorial e a dificuldade de diversificar meus interesses profissionais;
  3. As condições coexistentes das quais eu desconfiava ou já eram diagnosticadas, como a Síndrome de Tourette, o TDAH (que eu ainda não tinha diagnosticado), a superdotação e a suspeita de distúrbio do relógio biológico;
  4. Minhas características positivas que foram possibilitadas, facilitadas ou amplificadas pelo autismo, como minha superdotação, minha imensa capacidade de empatia, meu senso aguçado de ética e justiça e meus interesses especiais;
  5. Meus comportamentos e gostos excêntricos, como meu senso de humor inconvencional, a desatenção a padrões de elegância ao me vestir e a aversão a etiquetas de roupas;
  6. Um extenso histórico de dificuldades, problemas e excentricidades com as quais lidei na infância, adolescência e juventude adulta, muitos deles persistindo até hoje.

Ao longo de mais de dois anos, essa lista foi sendo expandida aos poucos. Quando eu a utilizei para conseguir meu diagnóstico, ela tinha 20 páginas, com letras, espaçamentos e margens bem pequenos para economizar na impressão.

Eu a havia apresentado ao outro psiquiatra que, em maio de 2018, falou desinformadamente que eu “não precisava” de um laudo.

Então, nessa outra consulta com o dr. Carlos José, eu levei não só o relatório impresso, como também cópias de documentos da minha infância (entre 1990 e 1997), nos quais minha mãe (em rascunhos de cartas), fonoaudiólogos e psicólogos infantis do SUS e uma professora da alfabetização relatavam características minhas que hoje eu sei serem típicas do autismo, mas na época foram associadas apenas à superdotação.

Ele prometeu que leria tudo e daria uma resposta na consulta seguinte, que foi marcada para 4 de dezembro.

Então, nesse grande dia, fui à clínica com a esperança de obter o sonhado laudo, mas preparado para alguma eventual decepção.

Na consulta, ele me falou que eu tinha sim características muito evidentes de ser autista, além de uma grande inteligência e uma ótima habilidade de escrita. Me falou que eu, de fato, sou autista de nível 1 de suporte, o que já me deixou muito contente.

Então eu perguntei a ele: “E o laudo, o senhor pode fazer também?” Ele então começou a escrever, num papel usado para se fazer receitas de remédios, as minhas principais características de autismo que atestam que sou, por lei, uma pessoa com deficiência.

Incluiu o código F84 (não especificou o número decimal correspondente ao meu nível/tipo de autismo, justificando que isso não era necessário na obtenção dos meus direitos), correspondente ao espectro autista no CID-10. 

E me entregou, concluindo aquela longa busca e me fazendo ser reconhecido pela sociedade, oficialmente, como autista.

Saí da clínica - não em definitivo, já que eu ainda me consultaria com ele mais duas vezes, durante a pandemia - radiante. Me senti, com toda razão, vitorioso.

Atualização (09/11/2022): Duas pessoas me relataram que o dr. Carlos José não atende mais na Centromed, nem disponibiliza seus contatos atuais na internet. Com isso, pelo que tudo indica, infelizmente ele não é mais uma opção para a busca pelo diagnóstico de autismo no Recife. Outra observação é que ele não diagnosticava nem medicava TDAH.

A renovação do laudo

Em 2022, a neuropsicóloga dra. Ester Maria Horta de Paula, leitora e fã de longa data do Veganagente, me indicou uma psiquiatra, a dra. Rachel Monteiro Lorencini, para diagnosticar meu TDAH e me dar um laudo de autismo e TDAH atualizado para o CID-11.

Ela é do Espírito Santo, mas presta teleatendimento para pacientes de todo o Brasil. 

Em outubro desse mesmo ano, na consulta que tive com ela e já trazendo da psicóloga um encaminhamento indicando o déficit de atenção e hiperatividade, ela confirmou que eu tenho TDAH do tipo hiperativo-impulsivo. 

Emitiu o laudo atualizado constando ambas as condições. E me deu novas receitas dos medicamentos que eu uso, com alteração da dose para controlar também a hiperatividade (e a desatenção muitas vezes decorrente dela).

Conclusão

Essa foi a minha bem-sucedida trajetória, que teve vários percalços ao longo do tempo mas, nos últimos dois meses dela, se encaminhou para a conclusão, na busca do sonhado laudo de autismo de nível 1.

Por meio deste relato, deixo a você uma preciosa dica: escreva um relatório com suas dificuldades, excentricidades e características positivas como autista e como essas características correspondem aos critérios diagnósticos do DSM-5 para o TEA.

E se tiver documentos da infância nos quais sua família ou algum profissional tenha mencionado características associadas ao autismo, tire uma cópia deles. 

Então apresente ambos a um psiquiatra que seja capacitado para reconhecer o autismo de nível 1 em adolescentes e adultos e diagnosticar e laudar você.

Como hoje em dia profissionais assim são raros no Brasil, desejo a você, desde já, boa sorte ao procurar um psiquiatra entendedor de autistas de nível 1 de todas as idades!

Torço muito para que você, assim como eu, consiga esse tão sonhado êxito, tenha acesso aos seus direitos de pessoa com deficiência, mostre para quem até hoje tem duvidado da sua neurodivergência e ame-se cada vez mais do jeitinho que você é.

20 comentários:

  1. Estou lhe fazendo um convite para participar de uma pagina do Facebook sobre laudos e diagnósticos:
    https://www.facebook.com/groups/242367837368694

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  2. Achei sensacional o teu relato, tenho tido dificuldades desde criança, mas nada relatado oficialmente, sempre fiz acompanhamento com psicólogos e nenhum conseguiu chegar a um diagnóstico na infância, e na adolescência eu fui diagnosticada com depressão, atualmente tenho como diagnósticos ansiedade, depressão e síndrome do Pânico, mas desconfio que estou dentro do espectro autista nível 1, inclusive venho tendo hiperfoco justamente nesse assunto, estou atrás de profissionais especializados na área e achar o teu blog foi incrível, espero que esse médico esteja atendendo ainda e que eu consiga descobrir de fato o meu diagnóstico!

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    1. Obrigado! :) Espero que vc também consiga o seu diagnóstico :)

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  3. Tô na luta pra conseguir o meu também, estudo autismo de forma ativa há uns 4 anos e tenho certeza ser autista nível 1 e suspeito possuir TDAH também, apesar do último ser mera especulação. Infelizmente não tenho dinheiro para consultar numa clínica particular e no SUS a coisa é medonha demais. Enfim, irei continuar lutando e escrevendo em favor do autismo, mesmo sem um laudo formal.

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  4. muito bom! Tb sou do Recife, teu laudo me descreve perfeitamente... estou na busca de um diagnóstico (até agora, do teste de Internet e minha psicóloga). segunda feira já ligo pro. dr Carlos! muito obrigado Robsonnnnn

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  5. Muito obrigada por compartilhar sua experiência, foi de grande ajuda, você escreve muito bem.
    Procurei na internet pelo Dr. Carlos José Vasconcelos, psiquiatra, mas não encontrei nenhum em Recife, parece que ele não atua mais na Centromed, uma pena porque gostaria de ser avaliada por ele. Quem sabe não tenha na Centromed outro profissional da área como o Dr. Carlos? Você saberia informar? Agradeço a atenção.

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    1. Obrigado pela informação, atualizei o post com a sua informação. Vc pode ligar pra Centromed ou pelo telefone (81)32311565 ou pelo whatsapp 81 95033064.

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  6. Olá Robson.

    Muito interessante o seu relato.
    Tenho 33 anos e tenho 2 filhos (3 e 5 anos) que foram diagnosticados com TEA recentemente.

    Observando as características deles, notei que eu era muito parecido na minha infância e ainda hoje possuo diversas características, que foram "atenuadas" com o autoconhecimento e o convívio social através do trabalho e estudos ao longo do tempo.

    Quando levei o meu filho na psicóloga pela primeira vez, no pouco tempo que conversamos, ela me disse que eu também era autista. Alguns meses depois, marquei uma consulta e realmente ela ratificou a primeira impressão que teve de mim e me disse que faria um relatório para que eu desse andamento com neurologista ou psiquiatra para chegar a um diagnóstico.

    Vou começar a investigação e suas dicas me ajudarão bastante.

    Muito obrigado.

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    1. Massa, fico feliz de vc e seus filhos estarem encontrando os devidos diagnósticos, e fico feliz de ter ajudado vcs :)

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  7. Hj fui no neuro para mostrar meu relatório que foi feito um rastreio pela neuropisicopedagoga indicando tdah e autismo suporte um e ela simplesmente fez descaso falando que autismo não precisava de lauda já q meu problema era social e tdah talvez podia ser somente um problema psicológico. Me encaminhou para fazer exames ecg, tomografia e outro e psicóloga. Quando questionei ela foi bem rude. Perdi 80 reais e minha dignidade de tanta uma vida melhor com o tratamento certo. Medo de me darem remédios errados e a falta de respeito. Vou ter q tentar pelo sus ou algum médico especialista no caso. Moro Jundiaí,se alguém conhecer algum q não seja caro.

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    1. Oi Renata, sinto muito por essa péssima experiência com essa neurologista capacitista e antiética. Infelizmente é necessário que o neurologista ou psiquiatra seja especializado em autismo de nível 1 de suporte ou de todos os níveis de suporte em adultos ou em todas as idades.
      Eu recomendo, inclusive no artigo, que vc procure a dra. Rachel Lorencini, psiquiatra que cobra 450 a consulta por telemedicina, mas pode fazer tarifa social de 250 se vc alegar que não tem condições de pagar o valor integral. O problema é que ela tem uma agenda bem cheia e a consulta marcada pode ficar pra daqui a alguns meses.
      Te desejo sorte pra encontrar algum especialista em autismo, que não te traga essa experiência traumática. Inclusive eu acredito que recusar laudar um autista que já tem parecer escrito mediante avaliação neuropsicológica deveria ser considerado crime de discriminação de PCD.

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  8. Olá, boa tarde. Parabéns por ter obtido sucesso nessa saga. Também estou em processo de busca de um laudo de diagnóstico de autismo (infelizmente tem poucos psiquiatras aqui na minha cidade que tem experiência com autismo em adultos também).
    Em relação a sua lista de 20 páginas com suas características autistas, teria como você disponibilizar para mim? Gostaria de ver mais pra comparar tudo e ver quais características suas batem com as minhas e se estou esquecendo alguma (também estou fazendo minha lista, quero deixa-la o mais completa possível). Se puder disponibilizar, agradeceria muito, só enviar pro meu e-mail: sonarafael92@gmail.com

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    1. Obrigado, Rafael :) Sobre minha lista de 20 páginas, não posso compartilhá-la por conter informações íntimas. Mas tem uma lista de características minhas que batem com os critérios diagnósticos nesse post:
      https://www.consciencia-autista.com.br/2022/01/eu-sou-autista-nivel-1.html

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    2. Quero agradecer aos seus posts, Robson. Foram muito úteis. Hoje o psiquiatra fez o laudo de autista para mim. Foi relativamente rápido, a primeira consulta foi dia 25/08 (ou seja, uma semana depois da postagem que fiz aqui no seu blog), e de lá pra cá foram apenas três consultas. Também fiz uma lista de características sobre mim (não ficou nem perto de ter 20 páginas, mas ainda assim consegui colocar bastante coisa). Acho que a lista foi bem útil para o diagnóstico.
      A unica parte chata é que fui diagnosticado com fobia social também, e preciso tratar disso. De qualquer forma, deixo aqui o registro da minha história de sucesso e agradeço novamente pelas informações preciosas de seu blog!

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    3. Que massa, Rafael! Fiquei feliz de saber que você conseguiu seu diagnóstico!
      Eu também te agradeço, por ter prestigiado o conteúdo do blog, e te desejo sucesso no tratamento da fobia social. Abraço!

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  9. Olá, Robson, parabéns pelo seu post! Você mostrou, de forma contundente, a tendência de uma boa parte da humanidade, da qual os profissionais da saúde não são exceção, de não reconhecer e/ou admitir o "não saber", o que contribui, de forma perniciosa, para a lamentável manutenção da ignorância e de seus desdobramentos.
    Abraço!

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